sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Cantigas dos nossos Avós

Canções de Ervedal da Beira

Sabias que, a par das lendas, histórias fantasiadas e adivinhas, também as canções alegravam o descasque das pêras, as descamisadas ou cascas, as vindimas e todos os outros trabalhos agrícolas?
Eram muitas as tarefas que acabavam frequentemente, em animados bailaricos ao som de guitarras, violas, bandolins ou gaita-de-beiços.
São esses cantares, alguns cantados e bailados nos vários ranchos folclóricos, que em tempos existiram em Ervedal da Beira e que fazem parte do cancioneiro popular desta freguesia.

Ervedal que é meu

Ervedal que és meu,
Ervedal que é teu,
Ervedal de todos nós.
Somos os teus filhos,
Seguimos o trilho
Dos pais dos nossos avós.

Vimos a cantar,
Vimos a mostrar,
Que aqui todos afinal
Fiais, Vila Franca,
Póvoa, estrada branca,
São irmãos do Ervedal!

Somos granito e rochedo,
Somos vinhas e olivais,
Somos o Mondego,
Somos pinheirais,
Berço, caixão tarde ou cedo.

Somos a terra orvalhada,
Somos o frio e a geada,
E p’ra derretê-la,
Lareira ateada,
Somos da Serra da Estrela!

Temos por Deus por nosso guia,
Nossa Mãe Virgem Maria,
Ao dobrar dos sinos,
Por entre a folhagem,
Deseja boa viagem.

Nesta freguesia inteira,
Seara cheia de grãos,
Mesmo que não queira,
Basta ser da Beira
Para só haver irmãos!




Venho da Serra da Estrela


Venho da Serra da Estrela
De apanhar o azevem.
Gosto muito de dançar,
Mas é com quem dance bem.

Mas é com quem dance bem,
Olha amor, agora, agora,
Bate palminhas ao centro,
Ora adeus qu’eu vou-me embora.

Ora adeus qu’eu vou-me embora,
Ora adeus qu’eu quero ir.
Bate palminhas ao centro
Qu’eu me quero divertir.



Ervedal terra tão bela


Ervedal terra tão bela
Tem craveiros à janela,
Tua graça o mundo encanta,
És tão rica e tão singela,
Que até o povo te canta!
Não há terra como esta,
Vão aos domingos à festa,
pr’os lados do Outeiro.
Tudo veste fato rico,
Pr’a bailar no bailarico,
Que se arranja no Lameiro.

Minha terra que estás na Serra
E tens encantos tais,
Que quem vem à nossa terra,
Vê quanta beleza encerra,
Nos seus campos, seus pinhais,
Santo André com seu madeiro,
Que é o nosso padroeiro,
Bendito Santo sejais.

Ervedal terra tão linda,
Outra assim não vi ainda,
Mais bonita e em sossego,
O sol chamou-te bem vinda,
Os pés te beija o Mondego.
Tudo aqui é claridade,
Ó terra da mocidade!
Ó terra do Ervedal!
Nunca te tornes vaidosa
Por seres a mais linda rosa,
Do jardim de Portugal!


O rapaz da tamanquinha

Bateu, bateu, bateu,
O rapaz da tamanquinha,
Adiante, troca o par,
Ó menina há-de ser minha…

Ó! Menina há-de ser minha,
Há-de ser se Deus quiser,
Se não for pr’o São João,
Há-de ser pr’o São Miguel!...
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