Tradicionalmente cantavam-se “As Aleluias”, em Ervedal da Beira, durante a noite “das Aleluias”, de Sábado para Domingo de Páscoa. Depois da meia noite, formavam-se grupos de pessoas que percorriam as ruas, tocando e entoando em coro “As Aleluias”, num estilo dolente, melancólico que, no profundo silencio da noite, ecoava de uma forma mística e misteriosamente bela.
AS ALELUIAS
Levantai-vos preguiçosos
Vinde varrer esta rua
Já os anjos estão cantando
Aleluia, Aleluia.
Aleluia já apareceu
Quem seria que a achou
Foi o padre sacerdote
Que do Sacrário A tirou.
Levantei-me de madrugada
Fui varrer o meu balcão
Encontrei Nossa Senhora
Com um ramo d’ oiro na mão.
Eu pedi-lhe uma ranquinha
Ela disse-me que não
Eu voltei a repetir
E Ela deu-me o seu cordão.
Ó Belinha tecedeira
Teça-me este cordão
Que mo deu Nossa Senhora
Domingo da Ressurreição.
As pontinhas que cresciam
Chegavam do Céu ao chão
Que lhe davam nove voltas
Em redor do coração.
Alegrai-vos mãe de Deus
Já vos podeis alegrar
O Vosso amado Filho
Tornou a ressuscitar.
Aleluia já apareceu
No altar de Santa Rita
Já os anjos estão cantando
Que Aleluia tão bonita.
Alegrai-vos Mãe de Deus
Aqui adorar vos venho
Sou uma mulher perdida
Fugi do Vosso rebanho.
Santíssimo Sacramento,
Vinde ao meio da Igreja
Que eu vos quero adorar
Onde toda a gente veja.
Uma tradição excessivamente importante para cair no esquecimento...
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